1 - *Custas* só se usa na linguagem jurídica para designar 'despesas feitas
no processo'. Portanto, devemos dizer: "*O filho vive à custa do pai*". No
singular.
2 - Não existe a expressão *à medida em que*. Ou se usa *à medida
que*correspondente a *à proporção que*, ou se usa *na medida em que* equivalente a *tendo em vista que*.
3 - O certo é *a meu ver* e *não* *ao meu ver*.
4 - *A princípio* significa *inicialmente*, *antes de mais nada*. Ex: *A
princípio, gostaria de dizer que estou bem*. *Em princípio* quer dizer *em
tese*. Ex: *Em princípio, todos concordaram com minha sugestão*.
5 - *À-toa*, com hífen, é um adjetivo e significa "inútil", "desprezível".
Ex: *Esse rapaz é um sujeito à-toa*. *À toa*, sem hífen, é uma locução
adverbial e quer dizer "a esmo", "inutilmente". Ex: *Andava à toa na vida*.
6 - Com a conjunção *se*, deve-se utilizar *acaso*, e nunca *caso*. O certo:
"*Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe...*". Mas podemos dizer: "*Caso o
veja por aí...*".
7 - *Acerca de* quer dizer *a respeito de*. Veja: *Falei com ele acerca de
um problema matemático*. Mas *há cerca de* é uma expressão em que o verbo *
haver* indica tempo transcorrido, equivalente a *faz*. Veja: *Há cerca de um
mês que não a vejo*.
8 - Não esqueça: *alface* é substantivo feminino. *A alface está bem
verdinha*.
9 - *Além* pede sempre o hífen: *além-mar, além-fronteiras, etc*.
10 - *Algures* é um advérbio de lugar e quer dizer "em algum lugar". Já *
alhures* significa "em outro lugar".
11 - Mantenha o timbre fechado do *o* no plural dessas palavras: *almoços,
bolsos, estojos, esposos, sogros, polvos, etc*.
12 - O certo é *alto-falante*, e *não* *auto-falante*.
13 - O certo é *alugam-se casas*, e *não* *aluga-se casas*. Mas devemos
dizer *precisa-se de empregados*, *trata-se de problemas*. Observe a
presença da preposição (*de*) após o verbo. É a dica pra não errar.
14 - Depois de ditongo, geralmente se emprega *x*. Veja: *afrouxar, encaixe,
feixe, baixa, faixa, frouxo, rouxinol, trouxa, peixe, etc*.
15 - *Ancião* tem três plurais: *anciãos, anciães, anciões*.
16 - Só use *ao invés de* para significar *ao contrário de*, ou seja, com
idéia de oposição. Veja: *Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao
invés de chorar, ela sorriu*. *Em vez de* quer dizer *em lugar de*. Não tem
necessariamente a idéia de oposição. Veja: *Em vez de estudar, ela foi
brincar com as colegas*. (Estudar não é antônimo de brincar).
17 - Ainda se vê e se ouve muito *aterrisar* em lugar de *aterrissar*, com
dois s. Escreva *sem*p*re* com o s dobrado.
18 - *Não* existe *preço barato* ou *preço caro*. Só existe *preço alto* ou
*baixo*. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato. Veja: *Esse
televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.*
19 - Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão *bem
vindo* (sem hífen) e até *benvindo*. As duas estão erradas. Deve-se escrever
*bem-vindo*, sempre com hífen.
20 - Atenção: nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa,
etc. O nome fica sempre coladinho. *O Sport se tornou tetracampeão no ano
2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962*.
21 - Veja bem: *uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês*, ou
seja, de 15 em 15 dias. *A revista bimestral só sai nas bancas de dois em
dois meses*. Percebeu a diferença?
22 - Hoje, tanto se diz *boêmia* como *boemia*. Nelson Gonçalves consagrou a
segunda, com a tonicidade no 'mia'.
23 - Cuidado: *Eu caibo dentro daquela caixa*. A primeira pessoa do presente
do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular.
24 - Preste atenção: *o senador Luiz Estevão foi cassado*. Mas *o leão foi
caçado e nunca foi achado*. Portanto, cassar (com dois s) quer dizer tornar
nulo, sem efeito.
25 - Existem palavras que só devem ser empregadas no plural. Veja: *os
óculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os
víveres, os afazeres, os anais, os arredores, os escombros, as fezes, as
hemorróidas, etc*.
26 - Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de *caráter* é *
caracteres*. Então, *Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele
são dois maus-caracteres*.
27 - *Cartão de crédito* e *cartão de visita* não pedem hífen. Já *
cartão-postal* exige o tracinho.
28 - *Catequese* se escreve com *s*, mas *catequizar* é com *z*. Esse
português...
29 - O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: *os verbos
derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do
sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar,
paralisia-paralisar, etc*.
30 - *Censo* é de *recenseamento*; *senso* refere-se a *juízo*. Veja: *O
censo deste ano deve ser feito com senso crítico*.
31 - Você não bebe *a champanhe*. Bebe *o champanhe*. É, portanto, palavra
masculina.
32 - *Cidadão* só tem um plural: *cidadãos*.
33 - *Cincoenta* *não* existe. Escreva sempre *cinqüenta*.
34 - Ainda tem gente que erra quando vai falar *gratuito* e dá tonicidade ao
*i*, como de fosse *gratuíto*. O certo é *gratuito*, da mesma forma que
pronunciamos *intuito, circuito, fortuito, etc*.
35 - E ainda tem gente que teima em dizer *rúbrica*, em vez de *rubrica*,
com a sílaba *bri* mais forte que as outras. Escreva e diga sempre *rubrica*
.
36 - Ninguém diz *eu coloro esse desenho*. Dói no ouvido. Portanto, o verbo
*colorir* é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira
pessoa do singular do presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo *
abolir*. Ninguém é doido de dizer *eu abulo*. Pra dar um jeitinho, diga: *Eu
vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito*.
37 - Outro verbo danado é *computar*. Não podemos conjugar as três primeiras
pessoas: *eu computo, tu computas, ele computa*. A gente vai entender outra
coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela
proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do
plural: *computamos, computais, computam*.
38 - Outra vez atenção: os verbos terminados em *-uar* fazem a segunda e a
terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do
imperativo afirmativo em *-e* e *não* em *-i*. Observe: *Eu quero que ele
continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava
*.
39 - A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados
em *-uir* devem ser escritos naqueles tempos com *-i*, e *não* com *-e*.
Veja: *Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança.
Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o
progresso*.
40 - *Coser* significa *costurar*. *Cozer* é que significa *cozinhar*.
41 - O correto é dizer *deputado por São Paulo*, *senador por Pernambuco*, e
*não* *deputado de São Paulo* e *senador de Pernambuco*.
42 - *Descriminar* é *absolver de crime*, *inocentar*. *Discriminar* é
*distinguir,
separar*. Então dizemos: *Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não
devemos discriminar os pobres*.
43 - *Dia a dia* (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer *todos
os dias*, *dia após dia*. Por exemplo: *Dia a dia minha saudade vai
crescendo*. Enquanto que *dia-a-dia* é um substantivo que significa *
cotidiano* e admite o artigo: *O dia-a-dia dessa gente rica deve ser um
tédio*.
44 - A pronúncia certa é *disenteria*, e *não* *desinteria*.
45 - A palavra *dó* (pena) é masculina. Portanto, *sentimos muito dó daquela
moça*.
46 - Nas expressões *é muito*, *é pouco*, *é suficiente*, o verbo *ser* fica
*sem*p*re* no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso.
Ex: *Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente*.
47 - Há duas formas de dizer: *é proibido entrada*, e *é proibida a entrada*.
Observe a presença do artigo *a* na segunda locução.
48 - Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: *televisão em cores*, e *
não* *a cores*.
49 - Cuidado: *emergir* é *vir à tona*, *vir à superfície*. Por exemplo: *O
monstro emergiu do lago*. Mas *imergir* é o contrário: é *mergulhar*, *
afundar*. Veja o exemplo: *O navio imergiu em alto-mar*.
50 - A confusão é grande, mas se admitem as três grafias: *enfarte*, *
enfarto* e *infarto*.
51 - Outra dúvida: nunca devemos dizer *estadia* em lugar de *estada*.
Portanto, *a minha estada em São Paulo durou dois dias*. Mas *a estadia do
navio em Santos só demorou um dia*. Portanto, *estada* para *permanência de
pessoas*, e *estadia* para *navios ou veículos*.
52 - E não esqueça: *exceção* é com *ç*, mas *excesso* é com dois *s*.
53 - Lembra-se dos verbos defectivos? Lá vai mais um: *falir*. No presente
do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: *nós
falimos, vós falis*. Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales...
Horrível, né?
54 - Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas
dispensam a crase: *frente a frente*, *cara a cara*, *gota a gota*, *face a
face*, etc.
55 - Outra vez, tome cuidado. *Quando for ao supermercado, peça duzentos ou
trezentos gramas de presunto*, e *não* *duzentas ou trezentas*. Quando
significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva,
aí sim, é feminino: *não pise na grama; a grama está bem crescida*.
56 - É freqüente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: *Há
muitos anos atrás...* Talvez nem saibam que estão construindo uma frase
redundante. Afinal, há já dá idéia de passado. Ou se diz simplesmente *Há
muito anos*. ou *Muitos anos atrás*. Escolha. Mas *não* junte o *há* com *
atrás*.
57 - Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas
em *-n* recebem acento gráfico, mas as terminadas em *-ns* *não*
recebem: *hífen,
hifens; pólen, polens*.
58 - Atenção: *Ele interveio na discórdia*, e *não* *interviu*. Afinal, o
verbo é *intervir*, derivado de *vir*.
59 - *Item* *não* leva acento. Nem seu plural *itens*.
60 - O certo é *a libido*, feminino. Devo dizer: *Minha libido hoje não tá
legal*.
61 - Todo mundo gosta de dizer *magérrima, magríssima,* mas o superlativo de
*magro* é *macérrimo*.
62 - Antes de particípios *não* devemos usar *melhor* nem *pior*. Portanto,
devemos dizer: *os alunos mais bem preparados são os do 2º grau*. E *nunca*:
*os alunos melhor preparados*...
63 - Essa história de *mal com l*, e *mau com u*, até já cansou. É só
decorar: *Mal* é antônimo de *bem*, e *mau* é antônimo de *bom*. É só
substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.
64 - Pronuncie *máximo*, como se houvesse dois *s* no lugar do *x* (*mássimo
*).
65 - Toda vez que disser "*É meio-dia e meio*" você estará errando. O certo
é: *meio-dia e meia*. Ou seja, *meio dia e meia hora*.
66 - *Não tenho nada a ver com isso*, e *não* *haver com isso*.
67 - *Nem um nem outro* leva o verbo para o singular: *Nem um nem outro
conseguiu cumprir o que prometeu*.
68 - Toda vez que usar o verbo *gostar* tenha cuidado com a ligação que ele
tem com a preposição *de*. Ex: *a coisa de que mais gosto é passear no
parque*. *A pessoa de que mais gosto é minha mãe*.
69 - Lembre-se: *pára*, com acento, é do verbo *parar*, e *para*, sem
acento, é a preposição. Portanto: *Ele não pára de repetir para o amigo que
tem um carro novo*.
70 - E tem mais: *pelo*, sem acento, é preposição (contração da preposição *
por* com o artigo *o*) e *pêlo*, com acento, é o cabelo.
71 - E quer mais? *Pêra*, a fruta, leva acento, só para diferenciar de uma
antiga preposição também chamada *pera*. Já o plural dispensa o acento: *
peras*. Dá pra entender? O jeito é decorar.
72 - Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: *pôde*, terceira
pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo *poder*. É para
diferenciar de *pode*, a forma do presente. Então dizemos: *Ele até que pôde
fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais*. Percebeu a diferença?
73 - *Pôr* só leva acento quando é verbo: *Quero pôr tudo no seu devido
lugar*. Mas se for preposição, não leva acento: *Por qualquer coisa, ele se
contenta*.
74 - Fique atento: nunca diga nem escreva *1 de abril, 1 de maio*. Mas
sempre: *primeiro de abril, primeiro de maio*. Prevalece o ordinal.
75 - É chato, pedante ou parece ser errado dizer *'quando eu vir Maria,
darei o recado a ela'*. Mas esse é o emprego correto do verbo *ver* no
futuro do subjuntivo. *Se eu vir, quando eu vir*. Mas quando é o verbo
*vir*que está na jogada, a coisa muda:
*quando eu vier, se eu vier*.
76 - Só use *quantia* para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar *
quantidade*. Veja: *Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a
quantidade de animais no meio da pista*.
77 - O prefixo *recém* sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve
ser pronunciado como oxítona: *recém-chegado de Londres*.
78 - Não esqueça: *retificar* é *corrigir*, e *ratificar* é *comprovar*, *
reafirmar*: '*Ratifico o que disse e retifico meus erros*'.
79 - Quando disser *ruim*, diga como se a sílaba mais forte fosse *-im*. Não
tem cabimento outra pronúncia.
80 - Fique atento: só empregamos *São* antes de nomes que começam por
consoante: *São Mateus, São João, São Tomé, etc*. Se o nome começa por vogal
ou h, empregamos *Santo*: *Santo Antonio, Santo Henrique, etc*.
81 - E lembre-se: *Seção*, com *ç*, quer dizer *parte de um todo*, *
departamento*: *a seção eleitoral, a seção de esportes*. Já *sessão*, com
dois *s*, significa *intervalo de tempo que dura uma reunião*, *uma
assembléia*, *um acontecimento qualquer*: *A sessão do cinema demorou muito
tempo. A sessão espírita terminou*.
82 - Não confunda: *senão*, juntinho, quer dizer *caso contrário*. E *se não
*, separado, equivale a *se por acaso não*. Veja: *Chegue cedo, senão eu vou
embora. Se não chegar cedo, eu vou embora*. Percebeu a diferença?
83 - Tire esta dúvida: quando *só* é adjetivo equivale a *sozinho* e varia
em número,ou seja, pode ir para o plural. Mas *só* como advérbio, quer dizer
*somente*. Aí não se mexe. Veja: *Brigaram e agora vivem sós* (sozinhos). *
Só* (somente) *um bom diálogo os trará de volta*.
84 - É comum vermos no rádio e na TV o entrevistado dizer: "*O que nos falta
são subzídios*". Quer dizer, fala com a pronúncia do *z*. Mas não é:
pronuncia-se *ss*. Portanto, escreva *subsídio* e pronuncie *subssídio*.
85 - *Taxar* quer dizer *tributar*, *fixar preço*. *Tachar* é *atribuir
defeito*, *acusar*.
86 - E *nunca* diga: *Eu torço para o Flamengo*. Quem torce de verdade, *torce
pelo Flamengo*.
87 - Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: *50% dos estudantes passaram
nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade.
Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições
*. Mais exemplos: *10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das
urnas*. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é
bastante flexível.
88 - *Um dos que deixa dúvidas*. Há gramáticos que aceitam o emprego do
singular depois dessa expressão. Mas pela norma culta, devemos pluralizar: *Eu
sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio*.
89 - *Veado* se escreve com *e*, e não com *i*.
90 - Esse português da gente tem cada uma: tem *viagem* com *g* e *viajem*com
*j*. Tire a dúvida: viagem é o substantivo: *A viagem foi boa*. Viajem é o
verbo: *Caso vocês viajem, levem tudo*.
91 - O prefixo *vice* sempre se separa por hífen da palavra seguinte:
*vice-prefeito,
vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc*.
92 - Geralmente, se usa o *x* depois da sílaba inicial *-en*: *enxaguar,
enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc*. Mas
cuidado com as exceções: *encher* e seus derivados (*enchimento, enchente,
enchido, preencher, etc*) e quando *-en* se junta a um radical iniciado por
*ch*: *encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de
chiqueiro), etc.
*
93 - Não adianta teimar: *chuchu* se escreve mesmo é com *ch*.
94 - *Ciclo vicioso* não existe. O correto é *círculo vicioso*.
95 - E qual a diferença entre *achar* e *encontrar*? Use achar para definir
aquilo que se procura, e encontrar para aquilo que, sem intenção nenhuma, se
apresenta à pessoa. Veja: *Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou
uma corda debaixo da cama. Jorge achou o gato dele que fugiu na semana
passada*.
96 - *Adentro* é uma palavra só: *Meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite
adentro*.
97 - Não existe *adiar para depois*. Isso é redundante, porque adiar só pode
ser para depois.
98 - *Afim* (juntinho) tem relação com *afinidade*: *gostos afins, palavras
afins*. *A fim de* (separado) equivale a *para*: *Veio logo a fim de me ver
bem vestido*.
99 - Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o verbo *aguar*normalmente:
*eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam*.
100 - (Finalmente, chegamos ao centésimo item). E, por falar nisso, *
centigrama* é palavra masculina: *dois centigramas*.
no processo'. Portanto, devemos dizer: "*O filho vive à custa do pai*". No
singular.
2 - Não existe a expressão *à medida em que*. Ou se usa *à medida
que*correspondente a *à proporção que*, ou se usa *na medida em que* equivalente a *tendo em vista que*.
3 - O certo é *a meu ver* e *não* *ao meu ver*.
4 - *A princípio* significa *inicialmente*, *antes de mais nada*. Ex: *A
princípio, gostaria de dizer que estou bem*. *Em princípio* quer dizer *em
tese*. Ex: *Em princípio, todos concordaram com minha sugestão*.
5 - *À-toa*, com hífen, é um adjetivo e significa "inútil", "desprezível".
Ex: *Esse rapaz é um sujeito à-toa*. *À toa*, sem hífen, é uma locução
adverbial e quer dizer "a esmo", "inutilmente". Ex: *Andava à toa na vida*.
6 - Com a conjunção *se*, deve-se utilizar *acaso*, e nunca *caso*. O certo:
"*Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe...*". Mas podemos dizer: "*Caso o
veja por aí...*".
7 - *Acerca de* quer dizer *a respeito de*. Veja: *Falei com ele acerca de
um problema matemático*. Mas *há cerca de* é uma expressão em que o verbo *
haver* indica tempo transcorrido, equivalente a *faz*. Veja: *Há cerca de um
mês que não a vejo*.
8 - Não esqueça: *alface* é substantivo feminino. *A alface está bem
verdinha*.
9 - *Além* pede sempre o hífen: *além-mar, além-fronteiras, etc*.
10 - *Algures* é um advérbio de lugar e quer dizer "em algum lugar". Já *
alhures* significa "em outro lugar".
11 - Mantenha o timbre fechado do *o* no plural dessas palavras: *almoços,
bolsos, estojos, esposos, sogros, polvos, etc*.
12 - O certo é *alto-falante*, e *não* *auto-falante*.
13 - O certo é *alugam-se casas*, e *não* *aluga-se casas*. Mas devemos
dizer *precisa-se de empregados*, *trata-se de problemas*. Observe a
presença da preposição (*de*) após o verbo. É a dica pra não errar.
14 - Depois de ditongo, geralmente se emprega *x*. Veja: *afrouxar, encaixe,
feixe, baixa, faixa, frouxo, rouxinol, trouxa, peixe, etc*.
15 - *Ancião* tem três plurais: *anciãos, anciães, anciões*.
16 - Só use *ao invés de* para significar *ao contrário de*, ou seja, com
idéia de oposição. Veja: *Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao
invés de chorar, ela sorriu*. *Em vez de* quer dizer *em lugar de*. Não tem
necessariamente a idéia de oposição. Veja: *Em vez de estudar, ela foi
brincar com as colegas*. (Estudar não é antônimo de brincar).
17 - Ainda se vê e se ouve muito *aterrisar* em lugar de *aterrissar*, com
dois s. Escreva *sem*p*re* com o s dobrado.
18 - *Não* existe *preço barato* ou *preço caro*. Só existe *preço alto* ou
*baixo*. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato. Veja: *Esse
televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.*
19 - Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão *bem
vindo* (sem hífen) e até *benvindo*. As duas estão erradas. Deve-se escrever
*bem-vindo*, sempre com hífen.
20 - Atenção: nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa,
etc. O nome fica sempre coladinho. *O Sport se tornou tetracampeão no ano
2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962*.
21 - Veja bem: *uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês*, ou
seja, de 15 em 15 dias. *A revista bimestral só sai nas bancas de dois em
dois meses*. Percebeu a diferença?
22 - Hoje, tanto se diz *boêmia* como *boemia*. Nelson Gonçalves consagrou a
segunda, com a tonicidade no 'mia'.
23 - Cuidado: *Eu caibo dentro daquela caixa*. A primeira pessoa do presente
do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular.
24 - Preste atenção: *o senador Luiz Estevão foi cassado*. Mas *o leão foi
caçado e nunca foi achado*. Portanto, cassar (com dois s) quer dizer tornar
nulo, sem efeito.
25 - Existem palavras que só devem ser empregadas no plural. Veja: *os
óculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os
víveres, os afazeres, os anais, os arredores, os escombros, as fezes, as
hemorróidas, etc*.
26 - Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de *caráter* é *
caracteres*. Então, *Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele
são dois maus-caracteres*.
27 - *Cartão de crédito* e *cartão de visita* não pedem hífen. Já *
cartão-postal* exige o tracinho.
28 - *Catequese* se escreve com *s*, mas *catequizar* é com *z*. Esse
português...
29 - O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: *os verbos
derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do
sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar,
paralisia-paralisar, etc*.
30 - *Censo* é de *recenseamento*; *senso* refere-se a *juízo*. Veja: *O
censo deste ano deve ser feito com senso crítico*.
31 - Você não bebe *a champanhe*. Bebe *o champanhe*. É, portanto, palavra
masculina.
32 - *Cidadão* só tem um plural: *cidadãos*.
33 - *Cincoenta* *não* existe. Escreva sempre *cinqüenta*.
34 - Ainda tem gente que erra quando vai falar *gratuito* e dá tonicidade ao
*i*, como de fosse *gratuíto*. O certo é *gratuito*, da mesma forma que
pronunciamos *intuito, circuito, fortuito, etc*.
35 - E ainda tem gente que teima em dizer *rúbrica*, em vez de *rubrica*,
com a sílaba *bri* mais forte que as outras. Escreva e diga sempre *rubrica*
.
36 - Ninguém diz *eu coloro esse desenho*. Dói no ouvido. Portanto, o verbo
*colorir* é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira
pessoa do singular do presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo *
abolir*. Ninguém é doido de dizer *eu abulo*. Pra dar um jeitinho, diga: *Eu
vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito*.
37 - Outro verbo danado é *computar*. Não podemos conjugar as três primeiras
pessoas: *eu computo, tu computas, ele computa*. A gente vai entender outra
coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela
proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do
plural: *computamos, computais, computam*.
38 - Outra vez atenção: os verbos terminados em *-uar* fazem a segunda e a
terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do
imperativo afirmativo em *-e* e *não* em *-i*. Observe: *Eu quero que ele
continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava
*.
39 - A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados
em *-uir* devem ser escritos naqueles tempos com *-i*, e *não* com *-e*.
Veja: *Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança.
Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o
progresso*.
40 - *Coser* significa *costurar*. *Cozer* é que significa *cozinhar*.
41 - O correto é dizer *deputado por São Paulo*, *senador por Pernambuco*, e
*não* *deputado de São Paulo* e *senador de Pernambuco*.
42 - *Descriminar* é *absolver de crime*, *inocentar*. *Discriminar* é
*distinguir,
separar*. Então dizemos: *Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não
devemos discriminar os pobres*.
43 - *Dia a dia* (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer *todos
os dias*, *dia após dia*. Por exemplo: *Dia a dia minha saudade vai
crescendo*. Enquanto que *dia-a-dia* é um substantivo que significa *
cotidiano* e admite o artigo: *O dia-a-dia dessa gente rica deve ser um
tédio*.
44 - A pronúncia certa é *disenteria*, e *não* *desinteria*.
45 - A palavra *dó* (pena) é masculina. Portanto, *sentimos muito dó daquela
moça*.
46 - Nas expressões *é muito*, *é pouco*, *é suficiente*, o verbo *ser* fica
*sem*p*re* no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso.
Ex: *Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente*.
47 - Há duas formas de dizer: *é proibido entrada*, e *é proibida a entrada*.
Observe a presença do artigo *a* na segunda locução.
48 - Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: *televisão em cores*, e *
não* *a cores*.
49 - Cuidado: *emergir* é *vir à tona*, *vir à superfície*. Por exemplo: *O
monstro emergiu do lago*. Mas *imergir* é o contrário: é *mergulhar*, *
afundar*. Veja o exemplo: *O navio imergiu em alto-mar*.
50 - A confusão é grande, mas se admitem as três grafias: *enfarte*, *
enfarto* e *infarto*.
51 - Outra dúvida: nunca devemos dizer *estadia* em lugar de *estada*.
Portanto, *a minha estada em São Paulo durou dois dias*. Mas *a estadia do
navio em Santos só demorou um dia*. Portanto, *estada* para *permanência de
pessoas*, e *estadia* para *navios ou veículos*.
52 - E não esqueça: *exceção* é com *ç*, mas *excesso* é com dois *s*.
53 - Lembra-se dos verbos defectivos? Lá vai mais um: *falir*. No presente
do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: *nós
falimos, vós falis*. Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales...
Horrível, né?
54 - Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas
dispensam a crase: *frente a frente*, *cara a cara*, *gota a gota*, *face a
face*, etc.
55 - Outra vez, tome cuidado. *Quando for ao supermercado, peça duzentos ou
trezentos gramas de presunto*, e *não* *duzentas ou trezentas*. Quando
significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva,
aí sim, é feminino: *não pise na grama; a grama está bem crescida*.
56 - É freqüente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: *Há
muitos anos atrás...* Talvez nem saibam que estão construindo uma frase
redundante. Afinal, há já dá idéia de passado. Ou se diz simplesmente *Há
muito anos*. ou *Muitos anos atrás*. Escolha. Mas *não* junte o *há* com *
atrás*.
57 - Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas
em *-n* recebem acento gráfico, mas as terminadas em *-ns* *não*
recebem: *hífen,
hifens; pólen, polens*.
58 - Atenção: *Ele interveio na discórdia*, e *não* *interviu*. Afinal, o
verbo é *intervir*, derivado de *vir*.
59 - *Item* *não* leva acento. Nem seu plural *itens*.
60 - O certo é *a libido*, feminino. Devo dizer: *Minha libido hoje não tá
legal*.
61 - Todo mundo gosta de dizer *magérrima, magríssima,* mas o superlativo de
*magro* é *macérrimo*.
62 - Antes de particípios *não* devemos usar *melhor* nem *pior*. Portanto,
devemos dizer: *os alunos mais bem preparados são os do 2º grau*. E *nunca*:
*os alunos melhor preparados*...
63 - Essa história de *mal com l*, e *mau com u*, até já cansou. É só
decorar: *Mal* é antônimo de *bem*, e *mau* é antônimo de *bom*. É só
substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.
64 - Pronuncie *máximo*, como se houvesse dois *s* no lugar do *x* (*mássimo
*).
65 - Toda vez que disser "*É meio-dia e meio*" você estará errando. O certo
é: *meio-dia e meia*. Ou seja, *meio dia e meia hora*.
66 - *Não tenho nada a ver com isso*, e *não* *haver com isso*.
67 - *Nem um nem outro* leva o verbo para o singular: *Nem um nem outro
conseguiu cumprir o que prometeu*.
68 - Toda vez que usar o verbo *gostar* tenha cuidado com a ligação que ele
tem com a preposição *de*. Ex: *a coisa de que mais gosto é passear no
parque*. *A pessoa de que mais gosto é minha mãe*.
69 - Lembre-se: *pára*, com acento, é do verbo *parar*, e *para*, sem
acento, é a preposição. Portanto: *Ele não pára de repetir para o amigo que
tem um carro novo*.
70 - E tem mais: *pelo*, sem acento, é preposição (contração da preposição *
por* com o artigo *o*) e *pêlo*, com acento, é o cabelo.
71 - E quer mais? *Pêra*, a fruta, leva acento, só para diferenciar de uma
antiga preposição também chamada *pera*. Já o plural dispensa o acento: *
peras*. Dá pra entender? O jeito é decorar.
72 - Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: *pôde*, terceira
pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo *poder*. É para
diferenciar de *pode*, a forma do presente. Então dizemos: *Ele até que pôde
fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais*. Percebeu a diferença?
73 - *Pôr* só leva acento quando é verbo: *Quero pôr tudo no seu devido
lugar*. Mas se for preposição, não leva acento: *Por qualquer coisa, ele se
contenta*.
74 - Fique atento: nunca diga nem escreva *1 de abril, 1 de maio*. Mas
sempre: *primeiro de abril, primeiro de maio*. Prevalece o ordinal.
75 - É chato, pedante ou parece ser errado dizer *'quando eu vir Maria,
darei o recado a ela'*. Mas esse é o emprego correto do verbo *ver* no
futuro do subjuntivo. *Se eu vir, quando eu vir*. Mas quando é o verbo
*vir*que está na jogada, a coisa muda:
*quando eu vier, se eu vier*.
76 - Só use *quantia* para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar *
quantidade*. Veja: *Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a
quantidade de animais no meio da pista*.
77 - O prefixo *recém* sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve
ser pronunciado como oxítona: *recém-chegado de Londres*.
78 - Não esqueça: *retificar* é *corrigir*, e *ratificar* é *comprovar*, *
reafirmar*: '*Ratifico o que disse e retifico meus erros*'.
79 - Quando disser *ruim*, diga como se a sílaba mais forte fosse *-im*. Não
tem cabimento outra pronúncia.
80 - Fique atento: só empregamos *São* antes de nomes que começam por
consoante: *São Mateus, São João, São Tomé, etc*. Se o nome começa por vogal
ou h, empregamos *Santo*: *Santo Antonio, Santo Henrique, etc*.
81 - E lembre-se: *Seção*, com *ç*, quer dizer *parte de um todo*, *
departamento*: *a seção eleitoral, a seção de esportes*. Já *sessão*, com
dois *s*, significa *intervalo de tempo que dura uma reunião*, *uma
assembléia*, *um acontecimento qualquer*: *A sessão do cinema demorou muito
tempo. A sessão espírita terminou*.
82 - Não confunda: *senão*, juntinho, quer dizer *caso contrário*. E *se não
*, separado, equivale a *se por acaso não*. Veja: *Chegue cedo, senão eu vou
embora. Se não chegar cedo, eu vou embora*. Percebeu a diferença?
83 - Tire esta dúvida: quando *só* é adjetivo equivale a *sozinho* e varia
em número,ou seja, pode ir para o plural. Mas *só* como advérbio, quer dizer
*somente*. Aí não se mexe. Veja: *Brigaram e agora vivem sós* (sozinhos). *
Só* (somente) *um bom diálogo os trará de volta*.
84 - É comum vermos no rádio e na TV o entrevistado dizer: "*O que nos falta
são subzídios*". Quer dizer, fala com a pronúncia do *z*. Mas não é:
pronuncia-se *ss*. Portanto, escreva *subsídio* e pronuncie *subssídio*.
85 - *Taxar* quer dizer *tributar*, *fixar preço*. *Tachar* é *atribuir
defeito*, *acusar*.
86 - E *nunca* diga: *Eu torço para o Flamengo*. Quem torce de verdade, *torce
pelo Flamengo*.
87 - Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: *50% dos estudantes passaram
nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade.
Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições
*. Mais exemplos: *10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das
urnas*. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é
bastante flexível.
88 - *Um dos que deixa dúvidas*. Há gramáticos que aceitam o emprego do
singular depois dessa expressão. Mas pela norma culta, devemos pluralizar: *Eu
sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio*.
89 - *Veado* se escreve com *e*, e não com *i*.
90 - Esse português da gente tem cada uma: tem *viagem* com *g* e *viajem*com
*j*. Tire a dúvida: viagem é o substantivo: *A viagem foi boa*. Viajem é o
verbo: *Caso vocês viajem, levem tudo*.
91 - O prefixo *vice* sempre se separa por hífen da palavra seguinte:
*vice-prefeito,
vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc*.
92 - Geralmente, se usa o *x* depois da sílaba inicial *-en*: *enxaguar,
enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc*. Mas
cuidado com as exceções: *encher* e seus derivados (*enchimento, enchente,
enchido, preencher, etc*) e quando *-en* se junta a um radical iniciado por
*ch*: *encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de
chiqueiro), etc.
*
93 - Não adianta teimar: *chuchu* se escreve mesmo é com *ch*.
94 - *Ciclo vicioso* não existe. O correto é *círculo vicioso*.
95 - E qual a diferença entre *achar* e *encontrar*? Use achar para definir
aquilo que se procura, e encontrar para aquilo que, sem intenção nenhuma, se
apresenta à pessoa. Veja: *Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou
uma corda debaixo da cama. Jorge achou o gato dele que fugiu na semana
passada*.
96 - *Adentro* é uma palavra só: *Meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite
adentro*.
97 - Não existe *adiar para depois*. Isso é redundante, porque adiar só pode
ser para depois.
98 - *Afim* (juntinho) tem relação com *afinidade*: *gostos afins, palavras
afins*. *A fim de* (separado) equivale a *para*: *Veio logo a fim de me ver
bem vestido*.
99 - Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o verbo *aguar*normalmente:
*eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam*.
100 - (Finalmente, chegamos ao centésimo item). E, por falar nisso, *
centigrama* é palavra masculina: *dois centigramas*.