Dia do Silêncio

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A palavra silêncio segundo o dicionário é derivada do latim silentiu e significa “interrupção de ruído”; “estado de quem se cala ou ou se abstém de falar “; diz ainda a respeito da “privação, voluntária ou não, de falar, de publicar, de escrever, de pronunciar qualquer palavra ou som, de manifestar os próprios pensamentos etc..”

Caro leitor e leitora, nós vivemos em um mundo cheio de ruídos, numa época de muita agitação, de poluição sonora, enfim de muito barulho e o silêncio passou a ser algo ameaçador. O som do silêncio, entretanto, é poderoso.

Há muito tempo, desde as primeiras civilizações, o silêncio é um importante elemento cultural, imposto, drasticamente, para salvaguardar seus segredos. Em quase todas, é representado por uma criança com o dedo sobre os lábios. Constitui-se uma exceção, o antigo Egito, onde existia um “Deus” do silêncio chamado Harpócrates, com a mesma posição já descrita. Entre os sacerdotes egípcios, os iniciados assumiam um estado de silêncio total, a fim de se manterem os segredos e incitá-los à meditação.

Buda, em 500 a.C., também valorizava o silêncio como condição para a contemplação. Dentre os mistérios gregos, encontramos o de Orfeu, que com a magia de seu canto e de sua música, executada numa lira, silenciava a natureza e a tudo magnetizava. Para os Talhadores de Pedras, o segredo e o silêncio sobre sua arte eram uma questão de sobrevivência, constituindo-se, inclusive, num salvo-conduto.

Realmente, vivemos num mundo agitado, confuso, violento e muito barulhento. Então celebrar um pouco de silêncio é precioso.

Não é fácil aceitar o poder do silêncio, quando o mesmo causa temor. Contudo, ao colocar o silêncio para trabalhar em seu favor, a pessoa vê o poder de observação mais aguçado e aprende a ler linguagens não verbais.

É necessário arranjar tempo, criar oportunidades para estar para um profunda reflexão sobre a vida a fim de suportar todo esse clima e superar as tensões do mundo moderno. Pois o silêncio e tão importante quanto a prática da palavra.

Francois La Rochefoucauld MEMORIES

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Todas as paixões nos levam a cometer erros, mas o amor faz-nos cometer os mais ridículos.

O amor é como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo.

A ausência apaga as pequenas paixões e fortalece as grandes.

Não há disfarce que possa esconder por muito tempo o amor quando este existe, nem simulá-lo quando este não existe.

Quanto mais se ama uma mulher mais pronto se está a odiá-la

A verdadeira felicidade custa pouco; sendo cara, é porque a sua qualidade não presta.

"O que nos torna insuportável na vaidade dos outros é que ela colide com a nossa".

A verdadeira coragem está em fazermos sem testemunha o que seríamos capazes de fazer diante de todo mundo

Os defeitos da alma são como os ferimentos do corpo; por mais que se cuide de os curar, as cicatrizes aparecem sempre, e estão sob a constante ameaça de se reabrirem.

Apenas confessamos os pequenos defeitos para persuadir os outros de que não temos grandes.

Não há ninguém que não se envergonhe de ter amado outro, quando o amor já acabou entre eles.

Se julgarmos o amor pela maior parte dos seus efeitos, ele assemelha-se mais ao ódio do que à amizade.

Perdoa-se na medida em que se ama.

Raramente conhecemos alguma pessoa de bom senso além daquelas que concordam conosco.

O prazer do amor é amar e sentirmo-nos mais felizes pela paixão que sentimos do que pela que inspiramos.

Há pessoas desagradáveis apesar das suas qualidades e outras encantadoras apesar dos seus defeitos.

Prometemos conforme as nossas esperanças e cumprimos segundo os nossos receios.

Os vícios entram na composição da virtude assim como os venenos entram na composição dos remédios. A prudência mistura-os e atenua-os, e deles se serve utilmente conta os males da vida.

Quanto mais se ama uma mulher mais pronto se está a odiá-la.

O que impede a entrega a um só vício é termos vários.

As amizades renovadas exigem mais cuidados do que aquelas que nunca foram interrompidas.

Quem não encontra a felicidade em si mesmo, é inútil procurá-la em outro lado.

A duração das nossas paixões depende tão pouco de nós como a duração da nossa vida.

Os vícios entram tanto na composição das virtudes como os venenos na dos remédios.

Há pessoas más que seriam menos perigosas se não tivessem nenhuma bondade.