O valor das pequenas coisas


Um homem não dá valor ao que tem quando a vida lhe corre bem...
Quando as coisas são cor de rosa e tomamos tudo como garantido e como as grandes –pequenas coisas do nosso dia a dia são dadas como garantidas...
Eu dou o valor ao que tenho.
Dou valor ao que sou.
Dou valor a quem me acompanha.
Dou valor a quem gosto.
Por já passei pelo oposto.
Não tive.
Não fui.
Sozinho, senti que tinha de percorrer um caminho sem volta até aos meus demónios interiores, que não eram poucos, como aparentemente podia dar a entender.
Quando pensava que ia sozinho tive ajuda, apesar dos passos serem meus...
Ajuda de quem gosta de mim, de quem não gosta de mim e ajuda das coisas boas a más da vida.
Tudo me ajudou a evoluir e a ser quem sou hoje.
Isto não quer dizer que não tenho muito que evoluir... pelo contrário, tenho muito que evoluir. Espero aprender e evoluir até morrer.
Talvez esta seja uma altura no meu caminho onde a luz é mais forte e não seja a penumbra com que muitas vezes tive de percorrer este trajecto.
Foi essa penumbra que me fez bater com os cornos no chão, me fez cair, me fez arrastar pelo chão, me levou ao desespero, que me fez gritar no escuro... foi essa mesma penumbra que me fez mais forte, que me ensinou a levantar, que me ensinou a perceber a minha dor e a dor do outro, que me aprendeu a dar valor ás pequenas coisas da vida que o comum dos mortais toma como garantidas.
Posso não ser nada de especial, mas sinto que arranquei a minha pele , arranquei pedaços de carne até ao osso, e substitui tudo por nova carne e nova pele.
Mudei muita coisa em mim...
Tive que cavar para me encontrar com o que me assustava...
Há uma expressão muito curiosa que de certa forma posso aplicar: “I was my own worst enemy”.
De certa forma era-o.
Não me amava.
Senti dentro de mim uma força e uma vivacidade, que me levou a mudar muito em mim.
Sinto-me grato por tudo o que me aconteceu.
Dou valor ao que tenho, por muito ou pouco que pareça.
Quero viver uma vida de abundância e estou a fazê-lo de certa forma.
Quero gozar de certas coisas das quais fui privado por eventualidades, uma das quais durou 14 anos e quando digo isto não o faço com mágoa do que se passou pois foi isso que me fez mais forte e me fez abrir os olhos e nunca desistir de viver... pois essa é a maior dádiva que se pode ter

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